quarta-feira, 30 de novembro de 2011

pedido dos tempos que o tempo não leva

Estavam sentados na berma do passeio e olhavam para lados opostos da rua. Estavam chateados. Não sabiam se era uma daquelas chatices temporárias a que já não davam importância, senão pelo prazer que tinham em voltar a abraçar-se desse abraço de pazes feitas. De peito duro em defesa do que se diz não se querendo dizer, não se sabendo porque se o diz, deixaram que o silêncio se encarregasse do momento por momentos.

Até que ele, prontamente se coloca de pé, de corpo virado para o dela, ali sentada de olhos pregados nele. 

(o bater descompassado no peito)

Hesitou, perdeu a hesitação, sentiu-se humilhado nessa hesitação. 

(o sangue quente a reflectir-se na sua face)

E sem nada mais do que a alma colada à garganta, esqueceu as modernices sociais e emocionais que o tempo encarregou de colar aos corações e perguntou-lhe:

Queres namorar comigo?

E ela não precisou de palavras para lhe dizer que sim.

(a felicidade)

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