Estavam sentados na berma do passeio e olhavam para lados opostos da rua. Estavam chateados. Não sabiam se era uma daquelas chatices temporárias a que já não davam importância, senão pelo prazer que tinham em voltar a abraçar-se desse abraço de pazes feitas. De peito duro em defesa do que se diz não se querendo dizer, não se sabendo porque se o diz, deixaram que o silêncio se encarregasse do momento por momentos.
Até que ele, prontamente se coloca de pé, de corpo virado para o dela, ali sentada de olhos pregados nele.
(o bater descompassado no peito)
Hesitou, perdeu a hesitação, sentiu-se humilhado nessa hesitação.
(o sangue quente a reflectir-se na sua face)
E sem nada mais do que a alma colada à garganta, esqueceu as modernices sociais e emocionais que o tempo encarregou de colar aos corações e perguntou-lhe:
Queres namorar comigo?
E ela não precisou de palavras para lhe dizer que sim.
(a felicidade)
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